quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Na terça feira dia 4 de Março

(te: pronome pessoal que designa a segunda pessoa do singular e indica a pessoa a quem se fala ou a quem se escreve. Atrito: resistência que todos os corpos opõem ao moverem-se uns sobre os outros; fricção; desentendimento; desinteligência)

Um dos principais objectivos deste novo grupo de teatro profissional (criado em 2005 e com sede em Faro) é de todos os anos apresentar uma peça importante da História do Teatro, que será complementada com outros trabalhos menos "convencionais". A concretização de projectos com e para crianças também está na agenda dos te-Atrito.
O seu modo de trabalhar passa por uma simplificação dos figurinos, cenários e adereços, centrando toda a atenção no actor.
http://www.te-atrito.blogspot.com/

O espectáculo que os te-Atrito vão apresentar na Biblioteca, no próximo dia 4, tem a duração de 30 minutos e foi construído a partir de textos de Jacques Prévert, escritor francês pouco difundido em Portugal. A obra deste escritor passou pelas colagens, pela escrita de poemas, letras de canções, histórias para crianças, argumentos para cinema e peças de teatro. O espectáculo é, também ele, feito de colagens e reune vários textos dramáticos, narrativos e poéticos,Cavalo numa Ilha, A Avestruz, Um Drama na Corte, Manhã Farta e Bairro Livre, que abordam temas como a liberdade, os direitos da criança, do homem e dos animais, o racismo, entre outros. Dois actores, a quem se junta um músico (saxofone alto e tambor), vão representando os diversos personagens e o cenário é apenas um banco de escola.


Jacques Prévert nasce em 1900 em Neuilly-sur-Seine num meio modesto. Passa a juventude em Paris, onde vai exercendo diferentes ofícios antes de se ligar aos artistas de vanguarda e de se relacionar com Marcel Duhamel, Yves Tanguy, Raymond Queneau, Georges Sadoul e muitos outros, que pertencem a um grupo surrealista dissidente. Começa a escrever para o teatro no Grupo Outubro, faz poemas (é de 1945 a recolha de poemas Paroles, que obteve um enorme sucesso), faz colagens, compõe canções, mais tarde interpretadas, entre outros, por Juliette Gréco, Yves Montand, Mouloudji, os Frères Jacques. Trabalha no cinema e é autor de inúmeros argumentos.Morre na aldeia de Omonville le Petit em 1977.

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